terça-feira, 26 de abril de 2011

Humildade (3)

Você sabe com quem está falando?
Você já ouviu alguém usar esta expressão? Normalmente ela está associada à questão do exercício de “poder”, quase sempre ligada a autoritarismo, uma pergunta para sufocar a outra parte. Normalmente associada a suposta falta de respeito, reconhecimento do poder e autoridade é evocado o “autoritarismo”. De alguma maneira desejo de constranger a outra pessoa, colocá-la numa posição de inferioridade e quase insignificância. O exercício exarcebado do poder humano.
Existe uma expressão que define esta situação de conflito: “se você deseja conhecer um homem de a ele poder e se quer conhecê-lo profundamente tire dele o poder”! Nossa sociedade é competitiva e existe um grande apelo para o exercício do poder. Talvez uma das grandes tentações dos nossos dias. A Igreja evangélica muitas vezes reproduz isto, quando procura “distribuir” cargos e instituir diversas “lideranças” sem muitas vezes estar ligadas de fato as necessidades do Corpo de Cristo e o exercício dos dons e ministérios. Ouvimos muitas orações no meio do povo de Deus pedindo: Senhor dá-nos poder! Porem não existe nada mais temeroso do que alguém ter poder de Deus sem o caráter de Deus. De igual forma o exercício do poder humano precisa estar associado ao caráter de Deus. Algumas considerações importantes para este tema. Primeiro situar que o conflito que envolve poder esta estabelecido em todos os níveis dos nossos relacionamentos.
temos conflitos na vida secular, na escola somos estimulados a ser o melhor não importa como; depois na vida profissionais a cobrança que existe nos leva a tentar superar os outros e no exercício da chefia, cargos de liderança, procura dominar seus comandados. Isto pode na verdade estar revelando um desvio de caráter e a ausência da manifestação da graça de Deus na sua vida. Terceiro ao voltamos os nossos olhos para a palavra de Deus quero convidar você para ler o texto de Mateus 18.1-5; os discípulos começam uma discussão: quem é o maior no reino dos céus? É a questão do poder humano. Jesus responde: uma criança, na sua simplicidade e humildade de vida e coração. Em Marcos 10.35-45 é a vez de Tiago e João apresentarem um pedido especial para Jesus: Senhor queremos na tua glória ficar um a tua direita e outro a tua esquerda. Jesus responde que eles não sabem o que estão pedindo. Esta é mais uma manifestação da “sedução” do poder. Não bastava o reino de Deus como premio, era necessária a manifestação do poder humano. Local de destaque, ser o centro das atenções. Em outra situação Jesus recomenda especificamente que ninguém deveria se assentar nos primeiros bancos, mas nos últimos e então o dono da festa convidaria para vir para os lugares de honra e finaliza: aquele que deseja se exaltar será humilhado, mas o que se humilhar será exaltado. Enfim, conflitos pela busca do poder não é algo que possa assustar . Mas com certeza fere a comunidade de fé, as pessoas que vivem em torno de nós e muitas vezes nossa própria família. Precisamos entender o propósito de Deus em nossas vidas, especialmente no exercício do poder. Hoje em dia é comum um discurso que “devemos honrar” os lideres, que eles devem sempre ter o melhor, etc. Jesus ensinou que devemos ser servos. Em Filipenses 2.5-10 encontramos a melhor definição de como Jesus entendia a questão do poder: Ele abriu mão de tudo, da sua gloria, do seu poder, para ser servo, para nos dar vida e salvação. Neste momento você deve estar se perguntando então está tudo errado? Não deve haver lideres no lar, na comunidade, na igreja? Claro que sim. Mas nossa liderança deve estar baseada em Efésios 4.11-16, onde encontramos a distribuição de dons e ministérios, autoridade e poder, mas com um fim próprio: edificar o corpo de Cristo. Ou seja, somos chamados para o “aperfeiçoamento dos santos”, desempenho do serviço e edificação do corpo de Cristo. Isto é ter poder e caráter de Cristo. O próprio apostolo Paulo afirma que devemos “considerar os outros superiores a nós mesmos”. Você consegue imaginar isto? Considerar os outros superiores a você? Quantas vezes não temos nem mesmo a disposição de ouvir outras pessoas porque achamos que sabemos mais do que a outra pessoa.
você está exercendo seus dons como expressão ministerial de serviço em humildade ou como dominador. “o meu ministério”, a “minha igreja”, “eu sou, faço, aconteço”, “se não fosse por mim esta igreja já teria fechado”, enfim, expressões que revelam o desvio do propósito de Deus
você se considera servo? Reconhece que se não fosse à graça de Deus você não estaria ou chegaria onde está?



Escrito por: Marcos Garcia (revista Lar Cristão, edição 118)

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