quinta-feira, 1 de março de 2012

A Crucificação

Mateus 27:31-54; Marcos 15:20-39;
Lucas 23:26-47; João 19:17-30

“Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”
(Isaías 53:5).

Não existe na língua portuguesa uma dupla de palavras mais significativa do que “a cruz”! Devemos iniciar o estudo da cruz com os corações trêmulos.
Esse é um estudo que deve se prorrogar por toda a vida daqueles que foram salvos por ela.
A crucificação. Como ela foi brutal, bárbara, cruel e desumana! Provavelmente, essa forma de execução foi inventada pelos persas, sendo depois aperfeiçoada pelos romanos.
Com o tempo, Roma tornou-se infame por suas crucificações.
O método consistia no cúmulo da humilhação. Roma não crucificava romanos.
Os judeus repudiavam a crucificação (Deuteronômio 21:23; Gálatas 3:13); ela nunca foi uma prática do povo judeu. Hoje em dia, nem animais são tratados com tamanha crueldade como Jesus foi. A civilização moderna rejeita a crucificação, embora a maior parte do mundo pratique a pena de morte. Nos lugares de hoje em que se pratica a pena de morte, geralmente a execução é feita rapidamente, sem dor e do modo mais humano possível.
O açoitamento. Açoitar o acusado era uma preliminar legal na execução romana.
Jesus profetizou que seria açoitado durante os Seus sofrimentos
(Mateus 20:17–19; Marcos 10:32–34; Lucas 18:31–34) e Ele foi!
O açoitamento era brutal. Ele produzia vergões enormes, chicotadas profundas e deixava o corpo inchado.Geralmente, os olhos e os dentes eram golpeados. Alguns homens até morriam ao serem açoitados. Todavia, essa preliminar não visava à execução. O chicote era para castigar; os pregos eram para matar. Soldados romanos experientes e empedernidos sabiam quando parar. Esse açoitamento intensificava a dor da crucificação. Pilatos mandou açoitarem Jesus
(Mateus 27:26; Marcos 15:15; João 19:1), na esperança de obter a compaixão da multidão quando vissem Jesus dilacerado e sangrando. Disse ele: “Eis o homem” (João 19:5). O artifício de Pilatos não funcionou. Nem Jesus nem Pilatos ganharam a simpatia do povo.
A morte. A crucificação despia o indivíduo de sua dignidade humana. Basicamente, a crucificação era usada para matar a pessoa, mantendo-a viva tanto quanto fosse possível. Exposto publicamente, o indivíduo era deixado nu (para todos os fins práticos), indefeso e sujeito a abusos. Apesar de toda dor, um homem podia sobreviver dias numa cruz. A maioria sobrevivia dois ou três dias. Era horrível! Estranhamente, não era grande a quantidade de sangue perdido. As principais artérias não eram afetadas. Todavia, era difícil respirar. Era mais difícil inspirar
do que expirar. O indivíduo apoiava-se nos pés para respirar, o que aumentava a dor provocada pelos pregos. O óbito se dava principalmente por choque hipovolêmico e esgotamento por asfixia. Quando as pernas eram quebradas, as vítimas morriam em questão de minutos.
A palavra “excruciante” significa literalmente “da cruz”. Mover-se na cruz aumentava a desgraça do condenado.
Não havia posição confortável numa cruz. A dor era imensa. Dores de cabeça, queimação nos punhos, espasmos de músculos e nervos — o corpo sofria um milhão de choques constantemente. Os ferimentos. Há cinco maneiras de uma pessoa ser ferida. Jesus assimilou as cinco. 1) Os hematomas foram causados pela amarração dos punhos e por instrumentos sem corte (Mateus 26:67; Marcos 14:65; Lucas 22:63). 2) A laceração da pele decorrente do açoitamento. 3) A penetração das pontas afiadas da coroa de espinhos que os soldados cravaram
na cabeça de Jesus (Mateus 27:29). 4) A perfuração da pele ocorrida quando “traspassaram-Lhe as mãos e os pés” (Salmos 22:16). As mãos não poderiam suportar o peso do corpo. Os pregos traspassavam os punhos, que, a grosso modo, fazem parte das mãos. 5) A incisão confirmou que Jesus estava morto quando o soldado perfurou-Lhe o lado com uma lança (João 19:34).
Os soldados romanos não deixavam a vítima enquanto não tivessem certeza de seu óbito. A Bíblia declara que Jesus morreu na cruz. Pouca ênfase é dada à dor e ao sofrimento que Jesus experimentou. As Escrituras evitaram ao máximo incluir detalhes repulsivos. Os pecadores são salvos pela morte de Jesus, e não por Sua dor. Além disso, não há dúvida de que houve sofrimento. A cruz induzia à morte silenciosa; as vítimas não tinham forças para gritar.
O açoitamento era chamado de “pequena morte”; a crucificação era chamada de “grande morte”.
Estude com atenção Isaías 53. Não permita que o seu coração fique insensível à dor da cruz. Jamais se permita ignorar o choque dessa cena horrível!
A cruz... não há outro caminho!




Autor: Charles B. Hodge, Jr.,
© Copyright 2008 by A Verdade para hoje
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Nenhum comentário:

Postar um comentário